CHANFANA sem leite sem glúten 4 H. 30 MIN. + TEMPO NECESSÁRIO PARA MARINAR | 8 PESSOAS | MÉDIO borrego ou cabrito em pedaços 2Kg vinho tinto 500ml alho 8 dentes sal 1 c. de sopa cebola grande 1 (150g) azeite Pingo Doce 50ml cravinho q.b. louro 3 folhas alecrim 1 molho aguardente 100ml batatas cozidas 1Kg salsa q.b. PREPARAÇÃO 1 Coloque a carne em vinha-d'alhos (vinho tinto, alho, sal), pelo menos durante 24 horas. 2 Num recipiente de barro, aloure a cebola, previamente descascada e cortada em rodelas finas, no azeite. Junte a carne e a vinha-d'alhos, o cravinho, o louro e um molho de alecrim e deixe estar a ferver. 3 A meio da cozedura adicione a aguardente, tape e deixe ficar a ferver até a carne estar meio cozinhada e terem passado os cheiros da aguardente e do vinho. 4 Pré-aqueça o forno a 120 °C. 5 Leve o recipiente de barro, bem tapado, ao forno e deixe cozinhar cerca de 4 horas. 6 Sirva a carne com batata cozida e salsa. DOSE ADULTO % DO VDR Energia Gorduras das quais saturadas Hidratos de carbono dos quais açúcares Fibra Proteínas 380kcal 19% 14,4g 21% 4,5g 23% 19,9g 2,5g 3% 1,9g 8% 33,1g CURIOSIDADE A RECEITA ORIGINAL DE CHANFANA É FEITA COM CARNE DE CABRA VELHA 193 Do velho se faz novo É um dos grandes ícones gastronómicos da região Centro e mesmo de Portugal, como comprova a sua eleição como uma das 7 Maravilhas da Gastronomia em 2011. Confeccionada com carne de cabra (ou ovelha) velha em vinho tinto, tem em diferentes regiões – entre Mortágua, Mirando do Corvo, Vila Nova de Poiares, Lousã, Penela e Góis – nuances específicas e até nomes. No concelho de Góis, por exemplo, chama-se fusca (significa escura, parda, trigueira; diz-se do gado de pêlo escuro ou preto) e, por ser prato habitual nos casamentos, também é conhecida por carne do matrimónio. Tradicionalmente era cozinhada em fornos de lenha, dentro de caçoilos de barro preto, durante várias horas para amaciar a carne rija. A sua confecção está referenciada desde o século XVII. Há histórias que apontam a sua origem para o Mosteiro de Semide (Miranda do Corvo), onde as freiras aproveitavam os animais mais velhos do rebanho, cozinhando-os com vinho e bem temperados para aguentarem mais tempo. Outras histórias associam-na ao tempo das invasões francesas. Certamente o propósito é o mesmo – aproveitar os animais que já não produziam leite e cuja carne seria cozinhada muitas horas. O resultado é que a escassez acabou por gerar uma harmonia complexa de sabores que hoje é um hino à comida de conforto e à sustentabilidade. Acrescente-se que os restos da chanfana eram utilizados para fazer sopa, e as vísceras para os negalhos – outra receita tradicional da região, às vezes erradamente confundida com maranhos.
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