sabores do Alentejo 50 A velha senhora Pão duro, azeite, alho, coentros e água a ferver. Simples. Tão simples que se tornou transversal a todo o território alentejano. Das serras à costa, da planície às cidades, de ricos e pobres. À semelhança de tantas inovações do Sul de Portugal, a açorda deve a sua origem aos árabes que habitaram a Península Ibérica há mais de 1300 anos. Surgiu fruto do acaso e da necessidade, um aproveitamento singular dos poucos recursos de cada um. Assim nasceu a tharîd , pão mergulhado em caldo aromatizado e temperado com azeite. Os países africanos do Mediterrâneo adoptaram a receita e trouxeram-na para o lado de cá, onde ganhou outros ingredientes e temperos, como o alho, os coentros ou o poejo. Isto na sua versão mais simples, porque, ao longo dos séculos, a açorda diversificou-se. Não só se tornou prato simbólico do Alentejo, mas também a base do seu património gastronómico e um cartão-de-visita para quem quiser descobrir a culinária desta região. Ao caldo juntaram-se, ao longo dos tempos, o ovo, uma posta de bacalhau ou pescada e um punhado de amêijoas. Veio o peixe frito, chegaram as sardinhas assadas e o mais que se quiser, porque a açorda não tem uma receita universal, só uma base. A criação fica a cargo de quem cozinha e da região onde vive e suas tradições. É tempo de preparar a sua açorda, respeitar o carácter ancestral de partilha deste prato e juntar toda a família à volta da mesa. A açorda, não só se tornou prato simbólico do Alentejo, mas também a base do seu património gastronómico e um cartão-de-visita para quem quiser descobrir a culinária desta região.
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